Entrevista

O Diário da Manhã estréia no cenário internacional com uma entrevista feita pelo nosso en(viado) especial, o jornalista campista de origem franco-árabe, Daré Nokibe, com o cruel ditador Muamar Garotaff da Líbia do Norte-Fluminense, país citado pelo vereador Meloso .

O ditador perseguidor fez três exigências ao jornal O Diário da Manhã : que a entrevista não ultrapassasse a cinco perguntas ; que nenhuma pergunta e , consequentemente , nenhuma resposta sua fosse divulgada em blogs sujos e, que o jornalista enviado para tal missão não fosse homossexual, pois essa opção sexual ( termo usado pelo ditador ) fere gravemente os princípios religiosos de seus povo e de sua nação .


A entrevista


De Estrípoli , capital da Líbia do Norte-Fluminense


Daré Nokibe : Sr. Garotaff , Vossa Excelência sempre declarou à imprensa mundial ter tão somente uma casinha em al-Lapai, sua cidade natal; no entanto, não é o que vimos por aqui. Essa entrevista está sendo realizada em um dos seus palácios, ao que nos parece, não ?


Muamar Garotaff : Meu senhores e senhoras donas de casa , você está mal informado. Ora , eu vivo do meu salário, digno de um líder desse povo trabalhador e também dos meus dividendos provenientes da minha pequena plantação de laranjas. Esses palácios foram erguidos durante meu longo governo com financiamento do FUNDEPAL (Fundo de Desenvolvimento de Palácios ).


Daré Nokibe : O senhor e a senhora sua esposa, Rosin Garotaff, que já foi governadora de várias províncias, iniciaram uma carreira política com poucos recursos financeiros e jogando seu povo contra a elite que o dominava há 30 anos. Como Vossa Excelência explica o fato de, hoje, o Sr. estar unido à essa mesma elite que condenava naquela época?


Muamar Garotaff : Meu caro Daré, o senhor deve ser muito ingênuo. Eu não poderia continuar no poder se não tivesse  o apoio dessa elite que você diz que tenho. O apoio do povo não me sustenta no poder. O povo é burro, não sabe votar e tem memória pífia. Isso tudo, graças à Educação de péssima qualidade que dou a ele.


Daré Nokibe : Como Vossa Excelência explica o fato de seu país ser um dos maiores produtores de petróleo do mundo e manter seu povo sob condições sub-humanas, degradantes e até mesmo humilhantes?


Muamar Garottaf : Ô, Daré ! Veja bem. O povo tem tudo que precisa no meu governo. Tem passagem de ônibus por uma valor mínimo de nossa moeda, tem diversos espetáculos musicais durante o ano todo, gratuitamente. Como se isso tudo não bastasse, o povo ainda ganha um vale em que o chefe de família pode trocar por qualquer mercadoria, numa quantidade limitada, obviamente, em qualquer supermercado do país. O povo necessita mais do quê?


Daré Nokibe : Vossa Excelência, desde que cheguei ao seu país, vi diversos canteiros de obras espalhados e no hotel em que estou hospedado, a camareira me disse que essas obras estão atrasadíssimas. O que o Sr. tem a dizer sobre isso?


Muamar Garotaff : Daré, essas obras estão sendo realizadas por empresas de amigos meus e eu tenho plena confiança neles. Qual o nome dessa camareira. Diga!


Daré Nokibe : Calma, Sr. Garotaff. Calma!


Muamar Garotaff : Calma é o cacete! Pergunte logo a última por que senão ...


Daré Nokibe : Ok, Excelência. Para descontrair e falar de amenidades, gostaria que o Sr. nos desse a receita de uma iguaria que muito apreciamos, a kafta. Imagine que o Sr. seja o espeto e eu a carne, me mostre com detalhes gestuais, a maneira como enfiaria o seu espeto ...


Nota do O Diário da Manhã :
A última resposta, como podem notar, não nos foi transmitida por e-mail pelo nosso en(viado) especial. Inclusive, Daré Nokibe está sem se comunicar com sua família e com nossa redação há 20 dias. Esperamos, com toda sinceridade, que o restabelecimento da comunicação se faça o mais rápido possível. Afinal, quem não se comunica se trumbica, já dizia o "velho guerreiro".